quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A Vida é Logo Aqui


Era início de julho do ano passado quando recebi um email do querido Nelson de Oliveira propondo um desafio instigante: produzir um conto, cujo tema seria a adolescência, para integrar um livro na companhia de outros 13 autores. Minha primeira reação foi dizer da honra do convite, mas que talvez outra pessoa poderia ser escolhida pois escrever contos para jvens não era bem o meu forte. Na verdade nunca tinha feito nada do gênero. Nelson foi de uma gentileza e loucura incríveis. Disse-me que tinha certeza que eu venceria o desafio com algo singular. Eu topei. Tinha então 60 dias para entregar um texto. 16 mil toques depois eu tinha uma nova história em mãos.


"Falei pra Analú" integra o livro "A VIDA É LOGO AQUI", e está na companhia de outros contos de grandes colegas da escrita, que apresento aqui na ordem em que os contos aparecem no livro: Tania Martinelli, Silvana Tavano, Carla Caruso, Cristina Porto, Sônia Barros, Leo Cunha, João Anzanello Corrascoza, Luís Dill, Maria José Silveira, Flávia Côrtes, Claudio Fragata, Marília Pirillo, Luiz Bras e Adriano Messias. Os textos retratam as tantas conquistas, angústias, descobertas, falsas certezas, ingenuidades e tantas outras facetas que fazem da adolescência aquele momento inesquecível da vida de todos nós.


Eu optei por contar uma história de amor. É, como cantaria Lulu Santos, "apenas mais uma de amor". Mas contada de um jeito singular. Uma jovem está louca por um menino e busca de todo jeito descobrir oque eles têm em comum para, quem sabe um dia, usar disso para se declarar. E compartilha tudo isso com sua melhor amiga, a Analú. Ou, como consta na apresentação, "a partir de uma curiosidade incomum (e em comum), misturando músicas, séries de TV e alguns apuros da idade, três jovens descobrem o que se esconde em cada coração".


"(...) Por falar em canção, Andrea toca violão. Quando pode vai com ele à tiracolo para a escola e fica tocando no pátio durante o intervalo. Eu fico ali ouvindo seu inglês quase bom, sua voz quase desafinada e seu instrumento de cordas de aço quase a me ferir. Naqueles dias acontecia algo estranho comigo. Desde a primeira vez que o ouvi tocar e cantar. Acho que foi ali que começou tudo. Tipo o lance de me dar conta de como o Andrea é lindo. Não conhecia a canção que ele cantou de olhos fechados. Mas ouvi tudo de olhos beeeem abertos. Achei lindo aquilo. Mesmo sem entender muito do que dizia a canção. Falei pra Analú. Ela conhecia a música. Ela tinha a música no ipod. Black do Pearl Jam. Música boa de ouvir junto. Talvez até de dançar junto. Eu acho. Mas só se for com Andrea."



O livro chegou em janeiro. O carteiro que trouxe. Um pacote. Ao abrir, sentei-me confortavelmente e fui olhando com vagar aquela joia. Sim. Uma joia. A editora (SESI SP) deixou o projeto gráfico por conta da maravilhosa, talentosíssima e inoxidável Raquel Matsushita que, simplesmente ARRASOU! Ficou tudo absurdamente belo. NESTE LINK você pode ler o conceito que ela seguiu para definir quais caminhos seguir no projeto (VALE DEMAIS A VISITA). Gostei bastante do resultado final do livro. Tem muita história que, certamente, vai mexer com os leitores. E se você ficou curioso, AQUI você sabe um pouco mais sobre o livro. Se está com vontade de comprar um exemplar, veja como fazer clicando NESTE LINK. Para mim, uma alegria enorme ter aceitado o convite, ter vencido o desafio e, agora, ter o livro em mãos, partilhado com escritores que tanto admiro. Muito obrigado, Nelson. Que o livro tenha vida longa! Hakuna Matata!!!



Ok. Mais uma canjinha do texto para citar o vídeo acima (E AUMENTE O SOM!!!): "Última mordida no bolo e estávamos eu e Andrea no fundo do quintal. A turma que nos acompanhava ainda reverberava os parabéns lá dentro da casa. Eu perguntei se ele conhecia a Lisa Hannigan. Ele mandou um "Hein? Não! quem é?". Falei que era uma cantora irlandesa que cantava também com um cara super bacana chamado Damien Rice, que tinha feito aquela música que virou "É isso aí" na voz da Ana Carolina e do Seu Jorge, mas que a letra é bem mais super no original. E que ela tem uns clipes muito maneiros no YouTube. Bem diferentes mesmo".
 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Kurikalá e as torres de pedra


No início de fevereiro fui à São Paulo para três dias de trabalho. Aproveitei a estadia para visitar a editora Moderna/Salamandra e estreitar os laços que haviam começado no início do ano. Foi uma manhã super agradável. Kurikalá estava fincando raízes. Voltei para casa certo de duas coisas: 1) convidaríamos a Lúcia Brandão para ilustrar essa nova história e 2) se ela topasse, claro, teríamos um belo livro. Após cinco meses. Estou aqui para dizer que, sim, tinha razão todo aquele sentimento.



Mas voltarei um ano no tempo para contar como tudo começou: janeiro de 2013, estávamos em férias, eu e a família, em Pirenópolis (GO). Último domingo daqueles dias livres. Resolvemos voltar à Cachoeira do Rosário, um local a cerca de 40km do centro da cidade. Parte do caminho é de asfalto. Outra parte, de terra. No aproximar da cachoeira, começamos a ver torres de pedra, como as da imagem acima. Obras de Demócrito, o proprietário. Um cara mais que gente boa. E de bem com a natureza.


Naquele dia nem Demócrito, nem Jackliny, sua esposa, estavam por lá. Mas eu senti que havia uma história no ar. Agucei os sentidos e passei o dia em busca do "algo a mais" que iria despertar aquela história. De fato, após um banho de cachoeira, uma trilha no cerrado, um almoço bem goiano e um sono bem dormido deitado na rede, já a tardinha, a história chegou. Voltei para casa, em Brasília, construindo e memorizando frases enquanto dirigia o carro, feliz com a ideia que se derramava. No dia seguinte, o primeiro esboço estava pronto. Era o tempo de deixar o texto amadurecer até se transformar no que chega agora ao olhar dos leitores. Em linhas gerais, Kurikalá e as Torres de Pedra conta a história de um menino caboclo, filho de mãe Karajá, que mora às margens do Rio das Almas, pertinho de Pirenópolis, e tem uma relação singular com a Natureza. 


A querida Lúcia Brandão aceitou o convite e fez um trabalho rico em estudos da cultura Karajá e a fauna e flora do cerrado. É só abrir o livro para entrar num mundo de rara beleza pois seu traço é ímpar e conquista nosso olhar como se ao virar a página a gente abrisse a janela de manhãzinha para deixar entrar o dia. Daqui, eu espero que as palavras que escolhi alcancem a boniteza da arte de Lúcia. E sigam em harmonia. Mas o que desejo mesmo é que o livro emocione os leitores. Como aconteceu há dois meses, quando tive a oportunidade de mostrar o PDF do livro para o filho de Demócrito, num outro passeio à Cachoeira do Rosário (que recomendo sempre). Mais uma vez, seu pai e sua mãe não estavam lá. Mas o jovem, de 20 e poucos anos, eriçou os pelos dos braços e encharcou os olhos sem deixar a lágrima cair. Eu vi. Portanto, que o livro siga emocionando. Que o livro seja mais uma semente para um mundo com mais Kurikalás. 
Pois bem, ontem, Kurikalá e as Torres de Pedra (il. Lúcia Brandão, Salamandra) chegou aqui em casa. E eu fiquei um tempo parado, sentado à mesa, olhando o novo filhote (o 13º) com o carinho e paixão como se ele fosse o primeiro. Ali, na primeira página, um menino sentado na rede olha para o horizonte e orna o texto que diz: "Da varanda, Demócrito espreita a tarde no horizonte. Pensa em aproveitar a sombra das árvores para comer frutas colhidas no pé e passear ao som do canto dos pássaros". E fui, junto com aquele menino passeando pelas histórias do povo Karajá enquanto ele fazia suas torres de pedra. Hakuna Matata!!!

sexta-feira, 7 de março de 2014

OS INVISÍVEIS no CATÁLOGO DE BOLOGNA 2014.

Há pouco recebi com alegria a notícia de que o livro OS INVISÍVEIS (il. Renato Moriconi, Casa da Palavra) participa do Catálogo de Bologna 2014, ao lado de outros livros que também admiro por demais. É a terceira vez que um livro meu participa dessa seleção (em 2011, foi a vez do CONTROLE REMOTO e em 2013 o livro em destaque foi AS CRIANÇAS VÃO FICAR DOIDAS, ambos ilustrados por Mariana Massarani e publicados pela Manati). É uma honra pertencer a esse rol.


O livro está ali, na página 47, na seção de publicações para crianças. A capa é acompanhada de uma resenha em inglês (que reproduzo na imagem abaixo) escrita por Alexandra Figueiredo a pedido da FNLIJ - Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, organizadora do catálogo. O livro vai para a 51ª Feira deLivro de Bologna, na Itália, onde permanecerá exposto no stand do Brasil. Depois, o livro passará a integrar o acervo da BIBLIOTECA JUVENIL INTERNACIONAL, localizada num castelo em Munique, Alemanha.



Segundo Alexandra, em OS INVISÍVEISEscritor e ilustrador alcançaram perfeita harmonia entre texto e imagem nesta história de um menino que tem o "superpoder" de ver pessoas invisíveis aos seus parentes. As inabilidades sociais sugeridas pelas palavras e expressas nas ilustrações convidam o leitor a refletir sobre situações similares vivenciadas em grandes cidades. Preto, branco, cinza e, especialmente, laranja guiam nosso olhar atento enquanto acompanhamos o tempo, que faz com que o menino se esqueça de que um dia foi especial”.



Esse livro foi feito por várias mãos e é impossível não agradecer à Ana Paula Bernardes, Renato Moriconi, Renata Nakano e Raquel Matsushita. E, claro, à editora Casa da Palavra, que acreditou na história e investiu nesse livro que tem emocionado leitores por esse Brasil. Bom saber que também emocionou a turma da FNLIJ, a quem agradeço a indicação. Abaixo posto uma imagem do livro para que vocês possam ter uma ideia de como é esse picture book. Hakuna Matata!!


Sobre o Catálogo de Bologna 2014:

A cada ano, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) seleciona livros para integrar o Catálogo de Bologna, que é apresentado ao público da Feira do Livro Infantil de Bologna, que acontece na cidade italiana em março. A Feira é dos maiores eventos do gênero no planeta. Na verdade, é uma grande feira de negócios em que acontecem contratos de publicação de livros entre editoras de vários países. Em 2014, o catálogo da FNLIJ (com um projeto gráfico feito a partir de ilustraçoes de Ciça Fittipaldi) selecionou 177 livros de autores brasileiros, a partir de uma lista de 910 publicações divididos nas seções (em inglês) Children (48), Young People (12), Non-Fiction (19), Poetry (31), Book without text (9), Drama (2), Retold (19), text books on children and young people literature (7) and nem editions (30).


Clique NESTE LINK para baixar o Catálogo de Bologna 2014.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Primeira Palavra ganha o 55º Prêmio Jabuti de Melhor Ilustração (2013)

Foi uma noite memorável. Eu havia chegado no final da tarde em São Paulo, emendando uma estada de uma semana na Feira do Livro de Porto Alegre. Pouco depois, encontro meus editores Lourdinha Mendes e Alencar Mayrink, para um cafezinho informal ao lado do hotel. Banho tomado, visto o figurino da Elvira Matilde (obrigado, sempre, Gabriela Demarco) e vamos todos à Sala São Paulo para receber o Prêmio Jabuti de Melhor Ilustração, edição de 2013. Oficialmente, quem ganhou foi a Elvira Vigna, que ilustrou o Primeira Palavra (Abacatte) construindo uma simbiose absurda com o meu texto. Mas ganhamos todos nós. Elvira não pode ir. Fui representando-a. Encontrei tantos outros amigos queridos da LIJ e fiquei ali, acarinhando o pequenino troféu durante o resto da cerimônia. Depois, um jantar com parte da turma que estava lá. De volta ao hotel, já madrugada, uma sensação de felicidade que não me deixou dormir por um bom tempo. Foi assim, a primeira vez que um livro meu recebeu tão alta honraria. Obrigado. Muito obrigado aos meus parceiros. Que esse livro siga conquistando o maior prêmio de todos: mais leitores! Hakuna Matata!!!

Video com trechos do show QUEM QUER BRINCAR COMIGO?, de Tino Freitas.

Trechos do show QUEM QUER BRINCAR COMIGO? em que apresento canções, histórias e brinquedos cantados. Gravado em outubro de 2013 com a plateia formada por alunos da Escola Classe 14, Sobradinho, DF. Foi super-hiper-mega divertido!!!
Caso você prefira, assista ao video direto no youtube clicando NESTE LINK.
O video foi gravado e editado por Nina Orthof e Vinícius Fernandes.
Canto um conto, a canção que encerra o clipe, é uma composição minha.
Espero que gostem! Hakuna Matata!!!

O Livro das Bolhas de Sabão na VEJA BRASÍLIA



Acima, um recorte da nota publicada na VEJA BRASÍLIA em 21/12/2013, sobre a publicação dO LIVRO DAS BOLHAS DE SABÃO (Callis) em Taiwan pela GRIMM PRESS. A foto é do querido Luis Ventura. O jornalista Paulo Lannes, autor da nota, fez também uma entrevista que está no site da revista, neste link, mas que você pode ler aqui no blog, clicando sobre a imagem abaixo.


O Livro das Bolhas de Sabão em Taiwan

A campainha tocou. O rapaz do Correios trouxe a novidade que agora tenho em mãos: dois exemplares de O livro das bolhas de sabão (Callis) publicados pela Grimm Press em Taiwan. Gostei MUITO da edição. Caprichosa, com nova capa, super criativa, com um bastão para brincar de verdade, encartado como brinde encartado na capa dura. Desde já, agradeço à Callis, editora brasileira, que fez os contatos e possibilitou essa nova edição.
Adorei a capa nova, bolada pela equipe da Grimm Press. Vem com bolhas transparentes em alto relevo e o bastão encartado. Gosto dessa ideia de um livro com "algo a mais". Não sei se faria numa próxima edição no Brasil, mas gostei de ver nessa edição da Grimm Press.
Na foto acima, capa e quarta capa da edição taiwanesa que a Grimm Press fez para O livro das bolhas de sabão. Dá pra ver melhor as bolhas transparentes em relevo na capa. Gostei muito. MESMO!!! Obrigado pelo carinho.
Não resisti e fiz uma foto com as capas das duas edições dO livro das bolhas de sabão (Callis e Grimm Press) abertas numa mesma página. Enfim, estou muito feliz em ver o livro ganhar leitores além das fronteiras brasileiras.

Que sejam felizes!!!

Hakuna Matata!!!


P.S. Deixo a seguir o vídeo com um trechinho de mediação com o livro feito pela equipe da Grimm Press com crianças de Taiwan.