Era início de julho do ano passado quando recebi um email do querido Nelson de Oliveira propondo um desafio instigante: produzir um conto, cujo tema seria a adolescência, para integrar um livro na companhia de outros 13 autores. Minha primeira reação foi dizer da honra do convite, mas que talvez outra pessoa poderia ser escolhida pois escrever contos para jvens não era bem o meu forte. Na verdade nunca tinha feito nada do gênero. Nelson foi de uma gentileza e loucura incríveis. Disse-me que tinha certeza que eu venceria o desafio com algo singular. Eu topei. Tinha então 60 dias para entregar um texto. 16 mil toques depois eu tinha uma nova história em mãos.
"Falei pra Analú" integra o livro "A VIDA É LOGO AQUI", e está na companhia de outros contos de grandes colegas da escrita, que apresento aqui na ordem em que os contos aparecem no livro: Tania Martinelli, Silvana Tavano, Carla Caruso, Cristina Porto, Sônia Barros, Leo Cunha, João Anzanello Corrascoza, Luís Dill, Maria José Silveira, Flávia Côrtes, Claudio Fragata, Marília Pirillo, Luiz Bras e Adriano Messias. Os textos retratam as tantas conquistas, angústias, descobertas, falsas certezas, ingenuidades e tantas outras facetas que fazem da adolescência aquele momento inesquecível da vida de todos nós.
Eu optei por contar uma história de amor. É, como cantaria Lulu Santos, "apenas mais uma de amor". Mas contada de um jeito singular. Uma jovem está louca por um menino e busca de todo jeito descobrir oque eles têm em comum para, quem sabe um dia, usar disso para se declarar. E compartilha tudo isso com sua melhor amiga, a Analú. Ou, como consta na apresentação, "a partir de uma curiosidade incomum (e em comum), misturando músicas, séries de TV e alguns apuros da idade, três jovens descobrem o que se esconde em cada coração".
"(...) Por falar em canção, Andrea
toca violão. Quando pode vai com ele à tiracolo para a escola e fica tocando no
pátio durante o intervalo. Eu fico ali ouvindo seu inglês quase bom, sua voz
quase desafinada e seu instrumento de cordas de aço quase a me ferir. Naqueles
dias acontecia algo estranho comigo. Desde a primeira vez que o ouvi tocar e
cantar. Acho que foi ali que começou tudo. Tipo o lance de me dar conta de como
o Andrea é lindo. Não conhecia a canção que ele cantou de olhos fechados. Mas
ouvi tudo de olhos beeeem abertos. Achei lindo aquilo. Mesmo sem entender muito
do que dizia a canção. Falei pra Analú. Ela conhecia a música. Ela tinha a
música no ipod. Black do Pearl Jam.
Música boa de ouvir junto. Talvez até de dançar junto. Eu acho. Mas só se for
com Andrea."
O livro chegou em janeiro. O carteiro que trouxe. Um pacote. Ao abrir, sentei-me confortavelmente e fui olhando com vagar aquela joia. Sim. Uma joia. A editora (SESI SP) deixou o projeto gráfico por conta da maravilhosa, talentosíssima e inoxidável Raquel Matsushita que, simplesmente ARRASOU! Ficou tudo absurdamente belo. NESTE LINK você pode ler o conceito que ela seguiu para definir quais caminhos seguir no projeto (VALE DEMAIS A VISITA). Gostei bastante do resultado final do livro. Tem muita história que, certamente, vai mexer com os leitores. E se você ficou curioso, AQUI você sabe um pouco mais sobre o livro. Se está com vontade de comprar um exemplar, veja como fazer clicando NESTE LINK. Para mim, uma alegria enorme ter aceitado o convite, ter vencido o desafio e, agora, ter o livro em mãos, partilhado com escritores que tanto admiro. Muito obrigado, Nelson. Que o livro tenha vida longa! Hakuna Matata!!!
Ok. Mais uma canjinha do texto para citar o vídeo acima (E AUMENTE O SOM!!!): "Última mordida no bolo e estávamos eu e Andrea no fundo do quintal. A turma que nos acompanhava ainda reverberava os parabéns lá dentro da casa. Eu perguntei se ele conhecia a Lisa Hannigan. Ele mandou um "Hein? Não! quem é?". Falei que era uma cantora irlandesa que cantava também com um cara super bacana chamado Damien Rice, que tinha feito aquela música que virou "É isso aí" na voz da Ana Carolina e do Seu Jorge, mas que a letra é bem mais super no original. E que ela tem uns clipes muito maneiros no YouTube. Bem diferentes mesmo".